Adam has written 217 reviews for films during 2021.

Hard Eight

1996

★★★½ Watched

Gosto de como alguns diretores chegam com o pé na porta e Paul Thomas Anderson é, facilmente, um destes. Hard Eight não é, necessariamente, uma obra-prima, mas é digna da atenção do espectador pela forma como PTA capta nosso olhar e cria uma narrativa magnética com pouco. Isso por que sua história, embora simples, conta com boas atuações e um sentimento de curiosidade constante, que prende o espectador até seus minutos finais. Utilizando à seu favor o cenário de Las…

Boogie Nights

1997

★★★★½ Watched

É realmente fascinante como PTA salta de Hard Eight para Boogie Nights, evoluindo características visíveis em seu filme de estreia — o magnetismo estético desde os primeiros minutos, os diálogos rápidos e cativantes — enquanto monta um intricado e interessante mosaico de personagens, conduzindo o espectador pelo mundo do pornô dos anos 70 através de um protagonista fixo — Dirk Diggler (Mark Wahlberg) — em um primeiro momento, mas rapidamente transforma aquele microcosmos em algo maior e com vida própria.…

Punch-Drunk Love

2002

★★★½ Rewatched

Punch-Drunk Love é praticamente onipresente quando o debate é sobre "bons atores ou não?". Adam Sandler, tão conhecido por seus papéis cômicos — muitos em obras divisíveis entre o público — encabeça essa obra que transparece, em cada aspecto, uma alta dose de apatia. Seja no uníssono tom de voz do ator, seja na paleta de cores fria e análoga nos tons de azul, tudo conduz o espectador a um antro de melancolia.Punch-Drunk Love é praticamente onipresente quando o debate…

Alien³

1992

★★★ Watched

Para começar, vale apontar o óbvio: Alien³ a LONGE de ser um filme de David Fincher. A obra é muito mais resultado de executivos buscando um novo capítulo para a franquia do que, necessariamente, um exercício narrativo do diretor, que viria a mostrar realmente a que veio posteriormente. Ainda assim, não é que Alien³ mostra-se surpreendente superior ao que apontam? O terceiro capítulo retoma a atmosfera de terror do primeiro — até então, o único grande filme da franquia —…

The Beguiled

2017

★★★★ Rewatched

Em seu primeiro — e até então, único — remake, Coppola pega uma obra dos anos 70 e refilma com uma visão intrinsicamente feminina. Longe de ser algo negativo, é interessante frisar a questão do remake ao constatar que The Beguiled é, facilmente, a obra mais distinta do cinema da diretora. Um suspense, Coppola trabalha seu filme principalmente através da construção de tensão, nascida dos sentimentos reprimidos das personagens femininas que vem à tona quando um estranho (Colin Farrell) é…

Marie Antoinette

2006

★★★½ Watched

Tal qual seu pai, Sofia Coppola tem o talento de saber ditar muito bem o tom de sua obra por seus minutos iniciais. Neste caso, a monarquia punk de Marie Antoinette é estabelecida logo em sua primeira cena, ao nos apresentar a futura rainha — na figura da encantadora Kirsten Dunst — ao som do rock Natural's Not In It. Com um ar punk, este primeiro 'desencaixe' já deixa claro que Coppola está pouco interessada em simplesmente construir uma biografia…

Lost in Translation

2003

★★★★½ Liked Rewatched

A melancolia que Sofia Coppola já havia trabalhado com louvor em seu The Virgin Suicides retorna aqui com outra roupagem. Não menos interessante, Lost in Translation é um amadurecimento por parte da diretora, além de trazer uma dupla de peso: o debochado e charmoso Bill Murray e a — mais do que nunca — apaixonante Scarlett Johansson. A dupla interpretam duas pessoas em pontos muito diferentes de vida, ambas com suas respectivas "decepções", mas que encontram um no outro um…

The Virgin Suicides

1999

★★★★ Rewatched

Em seu trabalho de estreia, Sofia Coppola já entra com o pé direito ao realizar o inocente e apaixonante The Virgin Suicides. É curioso como a diretora toca em temas bastante pesados — denunciado já pelo título — de forma tão calorosa, com uma fotografia de tons quentes que contrasta com a evidente depressão do texto. Ainda assim, o faz de forma gloriosa, equilibrando ambos e transparecendo, pouco a pouco, o verdadeiro sentimento que se esconde dentro daquele microcosmo detalhadamente…

1917

2019

★★★★½ Rewatched

Retornando ao gênero "guerra" pela primeira vez após Jarhead, Mendes realiza uma obra bastante distinta com seu 1917, seja pela filmagem contínua que simula um plano-sequência, seja pela história ser inspirada nos eventos contados por seu avô, tornando o filme uma obra bem mais pessoal do que aparenta. Em seu — até então — último filme, o diretor mostra ter apurado seu estilo cinematográfico, realizando um filme visualmente atraente, mas cujo maior chamariz — o plano-sequência — não é meramente…

Spectre

2015

★★½ Watched

Ironicamente, tudo que Mendes fizera com louvor em Skyfall reflete neste insosso Spectre. Longuíssimo e bastante cansativo, é como se o diretor estivesse cansado, mostrando algum traço de seu filme anterior apenas na empolgante sequência inicial. O que se segue, portanto, é um Sam Mendes no automático realizando uma obra que não empolga e sequer preserva os acertos de seu antecessor. Aqui, temos um James Bond mais próximo de seu modus operandi "semideus", voltando ao padrão de agente secreto, combatendo um vilão sem carisma algum e cuja grande revelação (a Spectre) não apenas é vergonhosa como desvaloriza o que veio nos filmes anteriores.

Skyfall

2012

★★★★½ Liked Rewatched

Gosto de como Sam Mendes é um diretor bastante estiloso e isso se reflete na maioria de seus filmes de uma forma diferente do que é visto aqui. Skyfall esbanja estilo — visualmente falando — e carrega consigo a "humanidade" presente na obra de Mendes, cheia de personagens falhos e problemáticos. Assim, o agente-perfeito do MI6 com licença para matar ganha contornos muito mais humanizados aqui, a começar com uma cena de introdução pensada especificamente para lembrar o público de…

Away We Go

2009

★★★ Watched

Nesta dramédia intimista, Sam Mendes entrega seu filme mais "light". Away We Go é um road movie protagonizado por pais de primeira viagem (John Krasinski e Maya Rudolph ) que ainda não sabem exatamente onde estão na vida. Grávidos, a dupla busca o melhor lugar para começar a sua família, o que os leva para uma jornada onde conhecerão vários tipos de casais, dos mais tradicionais aos mais peculiares, cada um com seu próprio olhar sobre a vida. A maior força de Away We Go são seus personagens, principalmente os carismáticos protagonistas. Entretanto, enquanto narrativa, fica aquém diante de tantas outras que Mendes já entregara antes.